sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Dia 2 - 03/02 (percorrido=370 Km)

Saímos de Capão da Canoa as 8:30hs, tendo como destino a praia do Cassino.




        Para evitar o “entra e sai” nas praias, devido as “áreas para banhistas” onde o trânsito é proibido, optamos em ir pela Interpraias até Quintão, e aí sim, a partir dali pela praia.



        Em Pinhal, parados numa blits da Brigada Militar, comentamos que foi só falar que desde Cidreira tínhamos escapado de várias blits para entrarmos em uma, he he he.
        Durante a apresentação dos documentos as perguntas de costume: “-São de onde? , -Estão indo pra onde? ,   -Até o Chuí pela beira da praia!?!? , -E se a moto estragar? , -E se furar um pneu? , -Boa viagem!! , -Boa sorte!!”.
        Sempre aquele fascínio que tantas pessoas demonstram ao encontrar “uns caras viajando de moto”,he he he, é legal.
        Quando entramos na praia de Quintão fizemos uma pequena parada...





...tiramos os capacetes para curtir o vento na cara...


...e mais uma vez fomos abordados pela Brigada Militar, um salva-vidas (também motociclista), desta vez só queria saber do roteiro da nossa viagem (confirmou que de Quintão em diante a praia estava livre), e mais uma vez...” -Até o Chuí pela beira da praia!?!?, -Boa viagem!! , -Boa sorte!! “.
        As condições do tempo estavam ótimas, céu azul e muito sol, vento de popa, maré baixa com grandes extensões de areia dura e lisa, e alguns trechos com areia fofa e/ou degraus que exigiam mais atenção na pilotagem.
        Rodamos vários km tranqüilos, curtindo aquela imensidão de areia, céu e mar, de vez em quando o San brincava com a moto nas dunas, encontramos baleias e tartarugas mortas na beira da praia, no caso das baleias acho que encalhadas.





        Chegamos no Farol da Solidão, com fome, resolvemos almoçar no único e modesto bar da região, sábia decisão. Fomos bem servidos, comida simples, boa qualidade e farta.







        Para nossa surpresa, conversando com o garçon descobrimos que ele, na alta temporada de neve no Chile, trabalha em uma estação de esqui. Êta mundo pequeno sô, he he he.
        Seguimos pela praia...



...encontrando coisas estranhas...



...até a entrada para a cidade de Mostardas, onde tínhamos que abastecer (já com 192 Km percorridos, 120 Km de praia) no Posto Ipiranga (S31°06’26.8”,W50°54’57.9”)...








...resolvemos seguir viagem pela BR101 pois seguindo pela praia corríamos o risco (desnecessário) de viajar a noite pela praia e chegar tarde para fazer a travessia S.J. do Norte è Rio grande, via balsa.
        Encaramos a conhecida e temida ex-Estrada do Inferno, agora toda asfaltada, onde pegamos uma tímida chuva que nem precisamos colocar as roupas de chuva.




        A estrada está com muitos trechos em obras, recebendo uma 2ª camada de asfalto, e alguns trechos (pasmem !!) o asfalto novo já está cedendo provocando depressões, mas o visual da região é muito bonito.
        Chegando em S.J. do Norte, fomos informados que a balsa só no dia seguinte...





...mas podíamos fazer a travessia de lancha, antes porém, apreciamos o entardecer de S.J. do Norte (S32°00’47.0”,W52°02’37.7”) na beira do porto.



        Foi um sufoco passar as motos maiores (Falcon e Cavala) na pequena passagem ao lado dos guichês, é isso mesmo, não tem uma entrada para motos, os acessos às lanchas são para passageiros, os caras é que inventam transportando motos.
        Passado o sufoco dos guichês (literalmente raspando os manetes nas paredes) fiquei aliviado até enxergar a “rampinha” por onde as motos seriam embarcadas na proa da lancha, não tinha mais que 40cm de largura, com apoio para as mãos só do lado esquerdo e um desnível de +ou- 1m. O cara da lancha, para me tranqüilizar, disse que já tinha embarcado motos maiores...fingi que acreditei.



        Montei na Cavala, que devia estar pesando uns 200 Kg, apoiei o pé direito na parede da cabine, e  auxiliado por um cara da lancha iniciamos a descida (seja o que Deus quiser)...com sucesso realizamos o embarque, ufa!




        A travessia (+ou- 30minutos), de mar calmo, foi tranquila.



 Por curiosidade perguntamos ao capitão da lancha a profundidade do local e ele disse que em caso de naufrágio era só pular(!?) , pois atualmente muitos trechos da travessia não tem mais que 1,20m de profundidade.








        Na saída, em Rio Grande, resolvi deixar para os caras da lancha realizarem o desembarque da Cavala, agora teriam que subir a “rampinha”, o que, para meu espanto, fizeram com rapidez e precisão, incrível.
        Telefonamos para o Airton (futuro integrante da expedição, he he he), que mora na Praia do Cassino, para pegarmos algumas dicas de como chegar na sua casa.



         Após rodar por algumas ruas do centro de Rio Grande, já noite, paramos em um posto de gasolina para conferir a direção, quando um casal a bordo de uma Honda Biz percebeu a situação e disse: “-Sigam-me, estamos indo para o Cassino”, beleza, grudamos na Biz.
        Apesar da estrada Rio Grande è Cassino estar sendo duplicada, muitas obras e desvios, com mais um telefonema  conseguimos encontrar o Airton, que nos aguardava, de carro, em um desvio.
        Pernoitamos na casa do Airton e Zeneida, onde fomos imensamente bem recebidos.



        Do Cassino em diante o Airton passaria a integrar o grupo, então, tomando um whisky irlandês (prá relaxar, he he he) conversamos , discutimos detalhes para a próxima parte da viagem: do Cassino ao Chuí =220 Km de praia, no meio do nada, acampando perto do Farol de Albardão.

“A praia do Cassino chama a atenção pela larga faixa de areia e suas dunas, iniciando nos molhes da Barra de Rio Grande, que separam a praia do canal do porto, e terminando nos molhes da Barra do Chuí, já fronteira com o Uruguai. Ao longo desses 240 km de costa, existem diversos ecossistemas, dezenas de animais entre aves e peixes (migratórios e nativos) que habitam essa região. É um percurso inóspito recomendável somente para quem gosta de enfrentar os desafios da natureza. O sopro do vento sul e o mar enfurecido podem impossibilitar a passagem em muitos trechos. Atolar, num deles, pode significar o  isolamento longe de qualquer assistência.

        Também conversamos sobre os famosos “Concheiros do Chuí”:

“O concheiro é uma formação única no Brasil, fenômeno natural com apenas uma pequena ajuda do homem – a fixação dos molhes da barra do Arroio Chui.
Trata-se de uma impressionante estrada de conchas, daí o nome, cuja largura varia de 50 a 100 metros. Ela se estende por até 50 quilômetros, entre as praias do Cassino e do Hermenegildo, no extremo sul do Brasil.
O pessoal do lugar pronuncia “conchero”, à espanhola, engolindo o “i” por influência dos vizinhos uruguaios. No dicionário a palavra significa sambaqui, mas lá pelas bandas
orientales ninguém usa a versão tupiniquim.
Pouca gente conhece o concheiro porque a maior parte do ano ele passa debaixo da areia. Nunca foi apresentado no Fantástico. No Google só aparecem concheiros à portuguesa, onde a palavra é usada em arqueologia. De brasileiro, apenas o relato deslumbrado de um estudante explorador.
O concheiro tem seu momento de esplendor depois de uma tempestade, quando o mar recua levando a areia. Aí, milhões de conchas aparecem, limpinhas. Se for dia de sol, elas refletem a luz dos raios, ofuscando a vista. Atenção turistas: nada a ver com a maré. As conchas só aparecem depois de tempestades.
Quanto ao lado “estrada”, é um caminho para poucos. Apenas aventureiros tipo
Discovery Channel e pescadores freqüentam o lugar. O mar pode avançar de repente e engolir tudo, tipo tsunami. No ano passado, um empresário paulista tentou cruzar com sua camionete 4 x 4 e deixou a bichinha enterrada na areia.
O pessoal mais consciente está tentando impedir que carros trafeguem lá nessas horas, porque só se ouve aquele crac-crac das conchas quebrando
O concheiro se forma quando as correntes naturais, em redemoinho, arrastam o lixo do fundo do mar e atiram tudo para a praia. As conchas são os restos dos alimentos de peixes maiores, e também as carcaças dos bichos que morreram de causas naturais.
Os redemoinhos se formam sem dia certo, ora quando a vão do Arroio é maior do que o mar que entra, ora quando ocorre uma mudança nas correntes.
A formação era pequena nos anos 80. Aparecia 20 km ao norte do Chui, andava algumas centenas de metros e se interrompia. Ia assim, pingada, por mais ou menos 30 km, lembram os mais velhos.
O fenômeno cresceu para os 50km contínuos de hoje depois de uma intervenção do homem, explica José Ricardo Valle, do Conselho de Meio Ambiente de Santa Vitória do Palmar: “A retificação da foz do arroio Chui mudou a natureza”.
A mudança se deu depois da retificação, feita por decisão diplomática para ajustar a fronteira entre Brasil e Uruguai. Os molhes do arroio avançaram pelo mar, deslocando o eixo dos redemoinhos – é a tese de Zé Ricardo, apoiado em fotos de satélite.”


Então, se a maré estiver baixa, tudo bem, vamos pela beira da praia, do contrário teremos o mar a esquerda, os concheiros no meio e as dunas a direita. Neste caso tem-se duas opções: voltar para o Cassino ou tentar a travessia duríssima...Inshalla.

Um comentário:

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