Acordamos cedo, quase
junto com o sol, levantamos acampamento sem pressa, o que sobrou das nossas
provisões resolvemos doar ao cara do “hotel”, e o San prontamente disse:
“-Deixa que eu entrego, vou lá de moto”, ele já estava a fim de fazer “cross”
nas dunas, he he he.
Para chegar a beira da praia tivemos que cruzar novamente a
faixa de areia fofa, a Cavala passou cavoucando o chão, com derrapadas e
rabanadas. Decidimos tomar café na praia de Hermenegildo, aquela da famosa
“Maré vermelha”.
A praia, cada vez mais, com extensas áreas cobertas de
conchinhas, porem e ainda bem, sem areia fofa. A impressão que dava era estar
passando encima de milhares de cascas de ovos, com todos aqueles estalos.
Chegando em Hermenegildo, fomos procurar um bar para tomar um
café, fazer um lanche, enquanto o Airton foi visitar um amigo.
Novamente
reunidos voltamos à praia, e foi se confirmando a certeza que não teríamos que
enfrentar os temíveis “concheiros”, simplesmente por que a praia os escondeu
temporariamente, deixando apenas uma leve camada de conchas sobre areia firme.
As condições da praia continuavam boas, com maré baixa e o vento novamente de
popa.
Curtimos mais alguns (e últimos) Km de praia...
...e chegamos nos
molhes da Barra do Chuí (S33°44’37.3”,W53º22’09.8”), do outro lado do Arroio
Chuí já é Uruguai.
Aquela velha sensação (mistura de felicidade&tristeza) já
se manifestava; felicidade pelos momentos vividos e objetivo alcançado,
tristeza por tudo ter passado tão rápido. Mas para consolo ainda tinha a volta,
he he he.
Depois de conferir os molhes, fomos para a “rua das compras”
na cidade do Chuí, de um lado o Brasil, do outro o Uruguai, é só atravessar a
rua.
Guardamos as motos no Posto Ipiranga, onde recebemos uma
atenção especial, pois um dos frentistas também tem moto e é simpatizante dos
motociclistas estradeiros, no vidro de uma das janelas existem dezenas de
adesivos de grupos e motoclubes, e fomos caminhar.
Muitas lojas e, atualmente, os preços estão normais, isto é,
competindo com o comércio brasileiro, principalmente com o e-commerce. Fizemos
umas compritas básicas, almoçamos...
...abastecemos as motos (limpeza e graxa nas
correntes, calibragem para asfalto) e demos início a volta.
Rodamos uns 30 Km e a
parceria não resistiu a alguns bancos embaixo de um arvoredo num Posto Texaco
(S33°27’35.0”,W53°16’36.7”) a beira da estrada, 30 minutinhos para a sesta
(acho que a proximidade com os hermanos influenciou, he he he), e eu fui tomar
um cafezinho.
Seguindo viagem em direção a Praia do Cassino, retas e mais
retas (dá saudades das curvas), passamos bem devagar pela Reserva do Taím
(S32º40’13.0”,w52º35’28.5”), com uma paisagem muito bonita, conseguimos ver
jacarés e capivaras.
O vento estava forte e de proa, obrigando um esforço extra
nos braços já nos 90 Km/h.
Fiquei preocupado com o Airton, pois se na praia tinha grande
vantagem (de ir e vir aonde quisesse, inclusive em areias movediças, he he he)
com a valente e guerreira Honda XR200, agora no asfalto com um ventão contra
estava em clara desvantagem. Quando paramos para colocar um abrigo (aumentando
a proteção do vento), perguntei ao Airton se naquelas condições daria para
manter 80 Km/h, ele disse que sim, tudo bem. Então, após a Reserva do Taím até
a bifurcação para Quinta e Praia do Cassino fomos cravados em 80Km/h, onde o
Paulinho e o San, que iam um pouco a frente, nos aguardavam em um posto de
gasolina (S32°4’33.2”,W52°15’38.7”).
Após
abastecer as motos, com o vento já perdendo força, tomamos o rumo da Praia do
Cassino, que já estava perto, para mais um pernoite na casa do Airton.
Novamente fomos muito bem recebidos, após um bom banho de
chuveiro, saboreamos...humm!! delicioso arroz com camarão, preparado pela
Zeneida, que o San perdeu pois foi dormir mais cedo.
Depois fomos olhar e trocar as fotos e filmes da viagem, um
show de imagens, he he he.
Mais uma vez, gentilmente, o Airton e a Zeneida cederam o
confortável trailer, então, cansados e felizes fomos dormir.
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